domingo, 20 de outubro de 2019

O Mito Mbya Guarani: Tupã Tenondé


PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO
PROGRAMA DE ESTUDOS PÓS-GRADUADOS EM CIÊNCIAS DA RELIGIÃO
Disciplina: Psicologia e Religião: Uma abordagem junguiana: origem e desenvolvimento da consciência religiosa.
Profa. Dra. Denise G. Ramos








O Mito Mbya Guarani: Tupã Tenondé






Orley Dulcetti Junior 




SÃO PAULO, 2010





O Mito Mbya Guarani: Tupã Tenondé









Tradução do Mbya Guarany para o Idioma Português brasileiro por 
Prof DR Orley Dulcetti Junior
Publicado no Blog 20/10/2019
















SÃO PAULO, 2010







            O presente trabalho aborda o estudo do mito de criação dos Mbya Guarani denominado Tupã Tenondé numa abordagem junguiana sobre a origem e desenvolvimento da consciência.
            Primeiramente será feita a mostragem de alguns conceitos e  abordagem junguinanas sobre os mitos de criação.
            Em seguida apresentar-se-á o mito de criação dos Guarani, Tupã Tenondé com suas estrofes selecionadas de relevância com a transliteração acompanhada da tradução tendo por base ao português por Jecupé (2001) e traduzido por Orley Dulcetti Junior (2019)
            Algumas considerações filológicas e fundamentalmente a análise e interpretação dos trechos escolhidos numa abordagem juinguiana desse mito de criação.
            Para Franz (2003) as civilizações da antiguidade narraram seus mitos de criação que contam a “própria existência” e a do “cosmos inteiro”. (FRANZ, 2003).
            Os mitos de criação são produtos do inconsciente humano e na construção de suas narrativas sobre a origem misteriosa da natureza e da existência da vida projetam a imagem arquetípica com uso de símbolos. (Ibid).
            O conceito junguiano de arquétipo ou imagens primordiais consiste numa tendência instintiva. Enquanto que instintos são impulsos sensoriais, mas, podem esses, também manifestar imagens simbólicas, cujas manifestações são arquetípicas. (JUNG, 1997).
            O inconsciente individual está numa dimensão da vivência pessoal e ainda mais além, pois é também anterior a isso tudo e se manifesta através de imagens arquetípicas universais como aquelas presentes no conteúdo mitológico e nas diversas religiões. (Ibidem).

Apresentação do mito de criação Mbya Guarani: Tupã Tenondé

            A tradução do guarani para o idioma português baseia-se em Jecupé (2001), bem como s sua transliteração. Seguem abaixo os excertos relevantes pré selecionados da narrativa Mbya Guarani e com as análises e interpretações na abordagem junguiana:

Tupã Tenondé (Porã Ei)

Nosso Pai Primeiro
Criou-se por si mesmo
Na Vazia Noite iniciada.

 
Capítulo I: Maino i reiko ypi kue “ Os primeiros costumes do colibri”
Ñande Ru Ru-pa Tenondé
Guete na ombo-jera
Pytu Yma guá.
Caixa de texto: As sagradas plantas dos pés,
o pequeno assento arredondado
do Vazio Inicial
enraizou seu desdobrar.
Yvára pypyte
Apyka apu’a i
Pytu yma mbte re
Oguero-jera

            Literalmente Tupã Tenondé significa O Som primeiro da totalidade. (JECUPÉ, 2001). E ombo-jera quer dizer literalmente desdobrar-se se desdobrando. ( BORGES, 1998).
            O trecho inicial do mito mostra a partir da interpretação dessa inicial narrativa, segundo Franz (2003) a ocorrência da criação pela ação acidental do nascimento do Mundo e representam processos inconscientes e pré-conscientes do homem como da futura percepção consciente a qual ele virá a ter do mundo.
            A narrativa contém simbolos e metaforas: metonímica e de sinédoque acompanhadas de estruturas de paralelismos segundo Borges (2008) seguindo a análise discursiva.
            Segundo Edinger (1995) há uma relação do Si mesmo-Ego e a presença da Unidade  Ego e o Si-mesmo.
            Segundo Jung (2000) os arquétipos são conteúdos do inconsciente coletivo e esse para Edinger (1995) também é denominado de psique arquetípica, a qual possui estrutura una e funcionante como princípio organizador e unificador do conteúdo arquetípico. Ainda Edinger (1995) comenta que Jung nomeia de Si- Mesmo esse princípio ou arquétipo central ou da unidade. (EDINGER, 1995).
            O estado inconsciente primordial é narrado nesse trecho do mito de criação mbya.
            Franz (2003) aplica o termo projeção também com referência às civilizações antigas e aos seus mitos como “projeções de imagens arquetípicas”. Sendo assim, para os povos da antiguidade são “realidades vivas”. (FRANZ, 2003).
            O fenômeno da projeção similar à da teoria da óptica da física consiste na liberação de conteúdos do subjetivo para um objeto, portanto trata-se de um processo de dissimilação. Assim um conteúdo aliena-se do subjetivo e associa-se ao objeto. (JUNG, 1943).
            O evento projecional deriva do processo psicológico universal e de origem denominado de “identidade arcaica” para Jung e a “empatia instintiva” entre as pessoas, com os animais e até com objetos têm como origem a identidade arcaica. (FRANZ, 1997).
            O conceito de identidade segundo uma denotação numa “conformidade psicológica” para Jung é um pressuposto apriorístico como sendo um processo do inconsciente a identidade psicológica caracteriza-se como expressão da “mentalidade primitiva” funcionante vestigial de uma fase indiferenciada do estágio do inconsciente primordial. Como similitude a priori não pertence a consciência. Assim não havia diferença entre o estado interior, a psique inconsciente  e o ambiente  nos estágios primordiais do desenvolvimento ficavam num nível de igualdade: identidade arcaica. (FRANZ, 2003).
            Dessa maneira, os mitos de criação assumem simbolicamente os processos do inconsciente e narram cosmogonia e a “origem da percepção consciente que o homem tem do mundo”. (FRANZ, 2003, p. 13).
Segue o mito mbya assim:

Caixa de texto: Círculo desdobrado da sabedoria inaudível
Fluiu-se divino Todo ouvir
As divinas palmas das mãos portando o bastão de poder.
As divinas palmas das mãos feito ramas floridas
Tramam o imanifestado , na dobra de sua evolução,
No meio da primeira Grande Noite.
Yvára jeckaka mba’ ekuatá
Yvára rendupa
Yvára papyte yuyra’i,
Yvára popyte rakã poty,
Aguero-jera mbyte re.




            Para Edinger (1995), o mito pode ser entendido como expressão simbólica numa relação ego e o Si-mesmo os quias se seguirão numa progressiva evolução.Nesse ambiente textual e contextual ainda há o aspecto da totalidade ego e si-mesmo são unos.
            Segundo Neumann ( 2003), o estado urobórico e os estados mitológicos da evolução da consciência começam com o ego contido no inconsciente. E o primeiro ciclo do mito é o de criação.
            O símbolo do círculo, o ouroboros  como Princípio ordenador e unificante da psique total . O bastão representa o eixo ego e o Si mesmo num estado de identidade total entre ambos.(EDINGER, 1995).
            O Arquétipo da unidade: o Si-mesmo primordial do qual surgirá o Ego individual (NEUMANN, 2003).
            A “trama- tecedura”: o criador faber, também o tecelão segundo a abordagem de Franz a divindade que fabrica o mundo. (FRANZ, 2003).
            E continua a narrativa mitopoiética de Tupã Tenondé:


Caixa de texto: Da divina coroa irradiada
Flores plumas adornadas
Em leque,
Em meio às flores plumas floresce
A coroa-pássaro
Do pássaro futuro,
luz veloz
que paira
em flor e beijo
que voa não voando.
Yvára apyre katu
Jeguaka poty
Ychapy rechã
Yvára jeguaka poty mbyte
rupi
Guyra yama, Maino i,
Oveve oikovy.



Pode-se interpretar segundo a abordagem de Franz (2003), a ocorrência da Primeira Vítima: “morte espontânea” de nhamandu. Assim como no exemplo do Caos o Hundun analisado por Franz (2003) ele foi a primeira vítima como em Panku que também foi a primeira vítima. Crias-se uma e destrói-se a anterior. Sendo que no mito mbya tupã tenondé Nhamandu se transforma no colibri o beija flor.
            Também é o Duplo Criador aspecto ativo segundo Franz (2003). Há a presença da metáfora da noção solar (todo universal, símbolo do Si-mesmo) com a metáfora da Ave, o colibri de cor azul como o Céu, como também o aspecto ativo da criação espontânea.



Caixa de texto: Nosso  Pai primeiro criava
Futuro colibri, no curso de sua evolução, seu divino corpo
Existia, no entanto em meio aos Primeiros Ventos Futuros
Como coruja dentro da Noite Primeira 
Olhava-se, revoando
Seu futuro firmamento, sua futura terra,
brisas surgidas,
enquanto colibrizava vidas
dos ventos produzidos do Imanifestado que fora:
um colibri.
Ñande Ru tenondé gua
O yvára rete oguero-jera i
Javé oikovy
Yvytu yma i re oiko oikovy:
O yvy rupa rã i oikuaá ey
Mboyve ojerupe,
O yva rã, o yvy rã
Oiko ypy i va’ekue
Oikoaá ey mboyeve i  ojeupe
Maino i ombo-jejuruei
Ñamandu yvaraka a Maino i.

            Ainda a imagem arquetípica do Duplo Criador: um no aspecto ativo com a metáfora da Ave:o Colibri e o outro com o aspecto passivo: a Coruja figura de Sombra, nada faz apenas observa,também é a sabedoria de nhamandu. A luz do colibri e a sombra da coruja formam um par enantiodrômico segundo Jung a enantiodromia a união dos opostos ou Conuntium Opositorium. (JUNG, 2000).

Tupã Tenondé
Capítulo II : Ayvu Rapyta ( Os fundamentos do ser )


Caixa de texto: Nosso Pai, imanifestado, verdadeiramente 
o Primeiro
De uma pequena porção de sua própria divindade,
Da sabedoria contida em sua própria divindade,
E em virtude de sua sabedoria criadora,
Fez que se engendrassem chamas e tênue neblina.
Ñamandu Re Ete Tenondé gua
O yvára petei gui
Yvára py mba’ekuaá gui
O kuaa-ra-ra vy ma
Tataendy, tatachina oguero-mañemoña


            No início do capítulo há a ocorrência do paralelismo metafórico dos mbya no contexto do primeiro com o circunlóquio do imanifestado desdobrando-se (oguero) num engendramento continuado ou encadeamento segundo Franz (2003) e o surgimento espontâneo de outra dupla num paralelismo textual como o do colibri e coruja a dupla chamas e neblina ( tataendy- tatachina). Ambas formam segundo a abordagem de Franz (2003) com base em Jung, um par enantiodrômico.
E segue o mito:


Caixa de texto: ...Concebeu como primeiros fundamentos o Amor
Antes de existir a terra
Em meio à noite primeira
E antes de ter-se conhecimento das coisas,
O amor era.
...Yvy oiko ey re,
Pytu yma mbyte re,

Mba’e jekuaá ey re,
O kuaa-ra-ra vy ma
Mborayú rapyta rã i
oikuaá ojeupe


            Nessa estrofe mítica guarani pode-se interpretar numa análise fundamentada em Franz (2003) o estado subjetivo de ânimo do Criador como uma Criação feita pelo Amor.

Caixa de texto: Os seres trovões desdobraram-se:
Karaí Ru ete, pai dos futuros Karai
Jakaira Ru ete, pai dos futuros Jakaira
Tupã Ru ete, pai dos futuros Tupã
Ñande Ru ete, pai da futura Ñande Cy
Para que fossem pais verdadeiros 
De seus futuros numerosos filhos
Para que fossem pais verdadeiros das 
palavras-almas de seus futuros numerosos filhos...
O kuaa-ra-ra vy ma
Karaí Ru ete rã jakaira Ru ete rã
Tupã ru ete rã
Ombo-yvára jekuatá
Gua’y reta ru ete rã
Gua’y reta ñe’eng Ru ete rã...



            A partir do imanifesto o nhamandu serão espontaneamente criados os seres trovões.
            A divisão dupla e quádrupla:o quatro domínios e os quatro pais. Segue-se o desdobrar de nhamandu. Também com a imagem arquetípica do quaternário que  indica o estágio pré-consciente segundo Franz (2003). São cadeias de gerações e encadeamento espontâneo da formação de seres espirituais com seus domicílios.

Caixa de texto: Futuramente nós os chamaremos:
Excelsos pais verdadeiro das almas-palavras
Excelsas mães verdadeiras das almas-palavras
A’ e kue i py
Nhe’eng ru ete pavengatu
Nhe’eng Cy ete pavengatu, já’ e

Caixa de texto: O verdadeiro mistério, o primeiro
Havendo concebido sua futura morada terrena
Da sabedoria contida em sua própria divindade
E em virtude de sua sabedoria criadora
Fez que da extremidade de seu “bastão-vara” 
Fosse engendrada a Terra.
Ñamandu Ru ete tenondé gua
O yvy rupa rã i oikuaá ma
Vy o jeupe
O yvára py mba’ekuaá guá
O kuaa-ra-ra vy ma
O popygua rapyta i re yvy
Oguero- moñemoña i oiny.

            A divisão dupla: os dois domínios Pai e Mãe cada um com seus quatro domínios e os quatro pais. A criação na figura da sexualidade e união dos opostos. (FRANZ 2003).

Caixa de texto: Fez que da extremidade de seu “bastão-vara” 
Fosse engendrada a Terra.
Criou uma palmeira eterna
No futuro centro da terra
Criou outra na morada de Karaí
Criou também uma palmeira eterna 
na morada de Tupã
E na origem dos bons ventos criou 
uma palmeira eterna
Na origem do tempo-espaço primeiro criou 
uma palmeira eterna
Essas cinco palmeiras asseguram a vida 
na morada terrena.
O popygua rapyta i re yvy
Oguero- moñemoña i oiny.
Pindovy obomjera yvy mbyte rã re
Omboaté ombojera Karaí amba re
Pindovy obomjera Tupã amba re
Yvytu porá rapyta re ombojera Pindory
Ára yma rapyta re ombojera Pindory
Pindory petei ñirui ombojera
Pindory re ojejokua yvy rupa

           

             vara de nhamandu simbolo do eixo de união da relação harmoniosa e totalitária do Si-mesmo com o ego, corresponde a serpente e a coluna vertebral , os ossos do tupy. A palmeira simbolo semelhante ao colibri e a coruja
Caixa de texto: O primeiro ser que se anunciou na morada terrena 
Foi a serpente ancestral o espírito da Mãe Terra
A serpente que agora vemos em nossa terra
Não é mais do que a imagem dessa 
serpente primeira
Pois a serpente primeira está abaixo da morada 
Céu do nosso pai.
            Em Edinger (1995) citando Neumann a representação do eixo ego – si-mesmo por analogia com o contexto desse mito de criação corresponde a vara bastão que se assemelha a noção do eixo ego e o Si-mesmo.

Yvy rupa mongy’ a ypy i are mboe
Yma i: a’ anga ire ma ñande yvy
Py agy oiko vae : a ete i va’ e
Oime Ñande Ru Yva rokáre

            A serpente ancestral e a mãe terra são figuras simbólicas da Criação de Baixo para Cima, também o mito tupã tenondé segundo essas estrofes acima se pode numa análise interpretativa inferir a ocorrência também nesse mito como tipo de mito de emergência, além de ser um mito de criação espontânea (FRANZ,2003).

Kórami yjaivu:
Nedee ae , Karai Ru ete
Tataendy ñeyechyro re, mba yve
Oupyty ey va’erã ano a vae
Remoñeamgarekota nde rayu
Karai Py’ aguachu . A’ e vy ma
Emoñeenoi Karai tataendy já ‘ era
Oneangareko va ‘erã tataendy ryapu ra re
Ára pyau navo emboguy
Uka y tataendyneychyro, tataendy
Ryapu oendy agua jeguakava
Jeaiu Porangue
i,jashukava jeaiu porangue i.

Somente tu Karai Pai fogo verdadeiro
Farás vivificar por meio delas teus filhos,
os Karai valorosos.
Por isso fazes que eles se chamem também
 os “Senhores das Chamas”.
A cada primavera florescerão fileiras de chamas
Como desdobramento de ti Karai ru Ete
E florescerão as bem amadas chamas
Que levam a marca do masculino
E as bem amadas chamas
Que levam as marcas do feminino


           
A inflação como início da consciência do Karai ( o pajé ) como um ser Supremo Karai. O ser humano irá nascer num estado de inflação qualidades mais amplas além da medida (Hybris, do grego desmesura antônimo de Dike, do grego perfeição ). (EDINGER, 1995).
           
Arte Mbya-foto: Kalimba (2009)

            Como ilustração ana arte mbya como pode-se observar logo acima os dois mundos dos mbya a “serpente que agora vemos em nossa terra não é mais do que a imagem dessa serpente primeira” e os buracos na interpretação do vazio primeiro acima e oburaco da terra mãe criativa no baixo numa conotação que permite classificar como uma fase dessemito de criação espontâneo como mito de emergêgia com base em Franz (2003).









Bibliografia
BORGES, L. C. Fala instituinte do discurso mítico do guarani mbya.Programa do estudo em lingüística IEL.Tese de doutoramento,Campinas, UNICAMP,1998.

DULCETTI JUNIOR, Orley. O Mito Mbya Guarani: Tupã Tenondé Tradução do Mbya Guarany para o Idioma Português brasileiro por Prof DR Orley Dulcetti Junior. Publicado nohttps://www.blogger.com/blogger.g?blogID=5243378290409367123#editor/target=post;postID=4358001056026833027;onPublishedMenu=allposts;onClosedMenu=allposts;postNum=0;src=link DisponívelBlog 20/10/2019

EDINGER, E. F. Ego e Arquétipo. Uma síntese fascinante dos conceitos psicológicos fundamentais de Jung. São Paulo: Cultrix,1995.


FRANZ, Marie-Louise von. C. G. Jung: seu mito em nossa época. São Paulo: Cultrix, 1997.

______. Mitos de Criação. São Paulo: Paulus, 2003.


JECUPÉ, K. W. Tupã Tenondé. A criação douniverso, da terra e do homem segundo a tradição oral guarani. São Paulo:  Petrópolis, 2001.

JUNG, C. G. Tipos Psicológicos. Buenos Aires: Sudamericana, 1943.
______. O Homem e seus Símbolos. Rio de Janeiro. Nova Fronteira, 1997.

______. Os arquétipos e o inconsciente. Rio de janeiro: Vozes,2000.

Neumann, E. História da origem da Consciiência. São Paulo: Cultrix, 2003.





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